segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Mudança de endereço


Quem diria que o time de Beto Acosta e seus amigos iria causar tanta complicação ao Grêmio na tarde deste domingo? Enquanto todos já imaginavam que a mística da Batalha dos Aflitos tinha se tornado passado, a equipe nordestina decidiu pregar uma peça muito bem ensaiada aos tricolores, transformando o próprio estádio Olímpico em um caldeirão de aflitos torcedores azuis.

A tarde prometia uma grande festa em três cores. Beneficiado pela "Promoção do Nescafé", o torcedor gremista compareceu em peso para mais uma vez empurrar o time à vitória. Quase 40 mil pessoas e muita confiança enchiam as arquibancadas e cadeiras do Olímpico, dando sinais de que novamente o palco estava armado para o triunfo do Grêmio. Quanta ingenuidade!

O início do jogo mostrou um Náutico totalmente focado. Basta observar a atitude do técnico Roberto Fernandes, que ao saber da escalação de Marcel, tratou de colocar mais um zagueiro na equipe para barrar a imponência física do ataque gremista. Deu tão certo que após sete minutos de domínio total do "timbu", em uma cobrança de escanteio, o zagueiro Onildo, efetivado em cima da hora ao time titular, marcou de cabeça em uma falha de marcação de Ânderson Pico e William. A Geral, então, tratou de fazer seu show à parte. Nada refletiu sobre os jogadores. o Náutico fazia o que queria com o Grêmio e restava ao tricolor dar chutões aos brutamontes Tuta e Marcel. Tcheco e Diego Souza não acertavam a composição do meio de campo, enquanto Eduardo Costa e Sandro pareciam nervosos e inexperientes. Estranho não? Porém, mais estranho ainda foi o gol que Tuta conseguiu marcar, após errar um cruzamento para a área e marcar um golaço. Faltava a virada, que veio logo a seguir com o poderio aéreo tricolor que, depois de sucessivas cabeçadas, marcou com Marcel. 2 a 1, e o ar se transformava no caminho ideal. Tanto que aos 42, em cobrança de falta de Tcheco, Diego Souza cabeceou tranqüilo para ampliar. Mas o placar não satisfazia o que se via em campo e, por isso, um minuto depois o artilheiro Acosta tratou de diminuir a diferença para 3 a 2, em falha do zagueiro Léo. O mesmo Léo poderia acabar a partida como destaque negativo ao dar uma mãozinha no início da jogada do gol de empate do alvirrubro, marcado por Júlio César, em mais uma arrancada de "Betito" Acosta logo a um minuto do segundo tempo. Mano Menezes precisava de uma solução para buscar a vitória. Trocou Tuta por Jonas, mas quem deveria ter saído era Marcel, pois fazia péssima partida. O técnico gremista parecia saber o que estava fazendo. E aos 25 minutos, Luciano Marreta, recém saído do banco para substituir o terrível Ânderson Pico, fez um belo cruzamento para Marcel se antecipar ao goleiro Fabiano e decretar a vitória. Muita emoção e pouco futebol. Os gremistas comemoram o fato de o único Estádio dos Aflitos ainda pertencer ao Náutico, no Recife.

Agora, é preciso ter alguns cuidados para as rodadas derradeiras do Brasileirão: erradicar, definitivamente, o fraquíssimo "lateralzinho" Ânderson Pico da equipe com a volta de Hidalgo; acalmar os ânimos do jovem zagueiro Léo, que já mostrou seu potencial, mas andou vacilando nos dois últimos jogos; e segurar o nervosismo que a equipe vem enfrentando nesta reta final, principalmente o do meio de campo, setor do qual, o time mais depende. Pois Tcheco não consegue alimentar o ataque da forma ideal, sobrecarregando Diego Souza, que às vezes parece disperso em campo. Sobre os volantes, apenas necessidade de correção no posicionamento em relação a esse jogo contra o Náutico. E ainda é interessante rever se a dupla Tuta e Marcel é a melhor opção para o ataque.

Abraços,
Beto Azambuja

Foto: Valdir Friolin / Agência RBS

2 comentários:

Anônimo disse...

Grande Beto Azambuja! Grande texto!

Grande Acosta também! hahah



Só falto agora, o Gustavo descrever sobre aquele outro jogo nada emocionante que teve na rodada.

Abraço.

Anônimo disse...

e o jogo do inter, como foi?