terça-feira, 6 de novembro de 2007

Contrastes

Quem teve a oportunidade de acompanhar os últimos dois jogos do Internacional pode perceber que a única semelhança entre as duas partidas foi a camisa vestida pelos jogadores. No mais, tudo estava diferente.

O time, que contra o Sport mal conseguia chegar ao gol adversário, contra o Vasco, apenas no primeiro tempo teve, no mínimo, cinco chances claras de gol. Esse mesmo time, que na 5a feira passada parecia jogar sem atacantes, no domingo parecia ter os mesmos multiplicados. Por fim, e, na minha opinião, o fator determinante para a grande apresentação presenciada no São Januário, foi a mudança de esquema.

O Inter, que jogou em grande parte do campeonato no 4-4-2, surpreendeu os cariocas com a implantação do 3-5-2. Com ele, muitos jogadores que estavam literalmente perdidos no jogo do meio da semana acabaram encontrando o seu bom futebol. Como exemplos temos o zagueiro índio, com atuação segura e o volante Edinho, autor de um belo lançamento que originou o primeiro gol colorado. Além disso, esse esquema liberou Élder Granja para o ataque, fazendo com que as grandes oportunidades surgissem do lado direito do campo. Na ala esquerda, o argentino guiñazu, improvisado, não decepcionou, com uma marcação muito segura e até com uma conclusão a gol. Fernandão, jogando na sua verdadeira posição, meia-atacante, marcou os dois gols e foi o melhor em campo. Por fim, mas não menos importante, à volta do atacante Nilmar após sete meses recuperando-se de uma lesão no joelho. E devo ressaltar, que volta! Após ficar 60 minutos em campo, Nilmar saiu com um saldo de 3 chances claras de gol construídas por ele mesmo, além de um belo passe para o 1o gol. Nem parecia que estava voltando de lesão.

Praticamente livre do rebaixamento, o técnico Abel Braga deve começar a montar o time de 2008 a partir de agora. Parece óbvio para todos que o esquema com 3 zagueiros, dois alas, 3 meias e dois atacantes deve ser mantido, pois o Internacional possui jogadores qualificados para a utilização do mesmo. Esse time, quando introsado, deverá ir longe nas competições do ano que vem, contanto que possua um bom planejamento no início do ano que vem, ao contrário do que foi visto esse ano. Dessa forma, as coisas deverão se estabilizar no Beira-Rio.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Adeus Libertadores




O descontrole emocional do time do Grêmio já havia sido demonstrado no jogo de quarta-feira passada contra o Atlético-PR. Um jogo que parecia se estender calmamente até seu final, com mais uma derrota gremista. Porém, partiu do jogador Tcheco o início da confusão. O meio-campista, mais uma vez, visivelmente apático em campo tratou de dar a sua "choradinha" após a não-marcação de um simples escanteio em favor do Grêmio. O cartão amarelo não foi suficiente para o inferno astral de Tcheco, onde ele deve discutir com os árbitros até a exaustão e ser expulso. O time ficou nervoso com a nova derrota que se encaminhava fora de casa e os jogadores trataram de partir para cima dos adversários, violentamente. Todos sabem o desfecho dessa história e ainda lamentamos as atitudes do próprio Tcheco, Eduardo Costa, Claiton, Petraglias e Pelaipes da vida. Porém, pior para o Grêmio. Os julgamnetos dessa semana devem punir Eduardo Costa, Tcheco e até Paulo Pelaipe.

Enquanto os torcedores tricolores enchiam o estádio Olímpico no sábado, esperançosos de mais uma vitória diante do "temível" Figueirense, o jogo começava dentro de campo bastante equilibrado. O Grêmio começou pressionando nos primeiros minutos, mas com os velhos erros de conclusão não conseguiu traduzir a leve superioridade em gols. O tempo passava e o jogo se transformava. O desinteresse e a falta de qualidade da equipe gremista em todos os setores chamava o Figueirense para cima e, com isso, os catarinenses tomaram conta da partida. Só não marcava por falta de sorte e também pela pouca qualidade dos jogadores. E o que parecia estranho, ficou ainda mais. O goleiro Saja marcou de pênalti para o Grêmio, aliás, pênalti muito bem marcado pelo árbitro Evandro Román. Entretanto, o segundo tempo começava e se encaminhava com domínio total do Figueirense, com o tricolor gaúcho errando muitos passes e totalmente fora de contexto, parecia um time desentrosado, nada lembrava aquele que ambicionava uma vaga à Libertdores da América. O empate veio naturalmente com o frango ridículo do "goleador" Saja, que acabou a partida lesionado e agora pára por três meses. Não havia alternativas para Mano Menezes no banco de reservas. As entradas de Ramón, Luciano Marreta e Labarthe apenas confirmaram o que se sabia: além de não acrescentarem nada, conseguiram piorar ainda mais o quadro geral do time. Como conseqüência veio o gol da virada e a vitória do Figueira, na jogada individual de Otacílio Neto, deitando e rolando em cima da dupla de zaga Léo e William, ambos novamente fraquíssimos no certame.

A derrota, além de demonstrar a constante falta de vontade dos jogadores gremistas, marcou o adeus definitivo à Libertadores 2008. Motivos não faltam para essa constatação: tanto o elenco quanto Mano Menezes estão "loucos" para que o campeonato acabe e cada um tome um novo rumo em sua carreira, a maioria para a aposentadoria, pois todos sabemos que o Grêmio é um time geriatra; até Diego Souza, uma das exceções, mostrou neste jogo que não vê a hora de receber a poposta do São Paulo; dificilmente o tricolor vencerá o próprio São Paulo no Morumbi, seja com reservas ou titulares, e também será difícil ser tão bem ajudado pelos outros concorrentes à vaga como nessas últimas duas rodadas. Resta buscar única e exclusivamente a vitória nos três jogos que faltam, porque agora não há nada a perder. O torcedor merece essa atitude de quem foi movido o ano inteiro por ele. E, quem sabe, eu não acabe o Brasileirão queimando a minha língua?!

Abraços,
Beto Azambuja

Foto: Ricardo Duarte